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Entre a Neurocirurgia e o Empreendedorismo: A Jornada Inspiradora do Dr. Caio Nuto

Hoje, temos o privilégio de conversar com o Dr. Caio Nuto, neurocirurgião de renome, cuja trajetória profissional vai muito além dos desafios clínicos e cirúrgicos que sua especialidade exige. Com um profundo compromisso com a medicina, o ensino e o empreendedorismo, o Dr. Caio se tornou uma figura de destaque não apenas no campo da neurocirurgia, mas também no universo da educação médica e da inovação no setor.

Além de sua atuação como neurocirurgião, ele é o idealizador da SOS Neurocirurgia, a maior plataforma de ensino da especialidade no Brasil, e cofundador da P1 Hub, uma empresa que traz soluções de marketing para o público médico. Ao longo de sua carreira, ele soube equilibrar a prática médica com o empreendedorismo, e isso se reflete em sua visão única de como a tecnologia pode contribuir para a evolução da medicina.

Em nossa conversa, o Dr. Caio compartilha suas inspirações e escolhas que o levaram a se aprofundar no estudo do cérebro e das neurociências ainda na faculdade. Ele também fala sobre a disciplina implacável que adotou durante os dois anos de preparação para a residência médica, um período que ele mesmo define como “modo psicopata”. Além disso, o Dr. Caio revela sua experiência marcante atendendo em Cruzeiro do Sul, na região amazônica, onde sua dedicação tem sido fundamental para a população local, que sofre com a escassez de especialistas.

Aos desafios, ele responde com resiliência, e uma parte importante dessa força vem de sua vivência pessoal com a espondilite anquilosante, uma condição autoimune que impacta diretamente sua vida e sua prática. A experiência o tornou mais sensível e atento às necessidades de seus pacientes.

Prepare-se para uma entrevista que aborda não apenas a excelência técnica, mas também o lado humano e inovador da medicina. A história do Dr. Caio Nuto é um verdadeiro exemplo de como a dedicação, o conhecimento e a vontade de fazer a diferença podem transformar vidas.

Dr. Caio, você sempre soube que queria seguir a neurocirurgia, desde a faculdade? Como o estudo de neuroanatomia e neurociências influenciaram essa decisão?

Eu decidi fazer Neurocirurgia no primeiro período de medicina, quando eu li pela primeira vez um livro chamado Neuroanatomia Funcional do Ângelo Machado. Esse livro explica de forma objetiva e didática o funcionamento do sistema nervoso no nosso corpo além das funcionalidades do cérebro. O cérebro humano é a estrutura mais complexa do universo biológico conhecido e estudar sobre ele me fascinou. A Neurocirurgia permite além do estudo do cérebro humano, ajudar pacientes a se curar de doenças que geralmente são graves e complexas através do seu conhecimento e da sua técnica.

Além de ser neurocirurgião, você também é empreendedor, com a plataforma SOS Neurocirurgia e a P1 Hub. Como você concilia a carreira médica com o mundo dos negócios e o que te motivou a empreender nesse setor?

Assim como eu me apaixonei pela neurociência na faculdade, foi nesse período que surgiu a vontade de empreender na área da medicina e da tecnologia. Em 2013 fui para os Estados Unidos estudar sobre “startups”, modelo de empresa que unia a tecnologia com o empreendedorismo. Voltei de lá com a vontade de abrir meu primeiro negócio. Convidei alguns colegas que na época também eram estudantes de medicina e abrimos a Medical Flame, onde oferecíamos serviços de software para clínicas de radiologia. Ao chegar no internato (os dois últimos anos da faculdade), tive que fechar a empresa mesmo dando lucro para focar no meu maior sonho: passar na residência de Neurocirurgia. Na época era a residência mais difícil de se passar e com menor número de vagas. Para conseguir eu precisava estar 100% focado nos estudos, o que eu chamava de “Modo Psicopata”, por isso tomei a a decisão de fechar a empresa, deixar um pouco de lado o sonho de empreender, por um bem maior. Resultado: fui aprovado em 10 residências médicas. Mas aquela vontade de empreender sempre continuou. Na residência abri com outros colegas residentes o SOS Neurocirurgia, um plataforma de cursos para estudantes, residentes e neurocirurgiões, hoje a maior do Brasil. Após formado, criamos a P1Hub uma empresa de marketing e vendas focada no público médico. Conciliar tudo isso não é fácil, mas disciplina, organização e planejamento é a base do sucesso.

Você tem uma trajetória bastante focada e disciplinada, especialmente ao longo dos dois anos de “modo psicopata” durante a preparação para as residências. O que aprendeu nesse período e como isso impactou sua carreira até hoje?

“Modo Psicopata” era um termo que eu usava para estar 100% focado nos estudos. Nesse período de 2 anos, exclui minhas redes sociais, parei de sair para festas e baladas, minha vida era totalmente dedicada aos estudos. O que eu aprendi é que existem momentos da nossa visa que temos que tomar decisões difíceis, focar no que vai te dar resultado a longo prazo, abdicar de prazeres momentâneos, ser disciplinado e resiliente. Todo esse esforço trouxe uma recompensa enorme, como fui aprovado em algumas residências, tive o privilégio de escolher onde ficar, me tornar Neurocirurgião com 29 anos, diretor da comissão do Jovem Neurocirurgião da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e viver o meu sonho.

Sabemos que você também atua na região amazônica, em Cruzeiro do Sul, oferecendo atendimento como neurocirurgião. O que te motivou a dedicar um tempo para ajudar essa população? Como é a experiência de trabalhar em uma área com poucos profissionais especializados?

Cruzeiro do Sul é uma cidade que fica no interior do estado do Acre, no meio da região amazônica, faz divisa com o Peru e praticamente o único meio de se chegar lá é por avião. Fui a primeira vez como um experiência, porque gosto de atuar como médico e neurocirurgião em lugares mais remotos. Porém fui tão bem recebido pela população de lá, que estavam há anos sem um neuro na cidade, além de vivenciar a realidade daquele povo que sofre muito por morar em um lugar isolado com dificuldade de acesso a medicina, principalmente especialistas, que assumi o compromisso de ir uma vez por mês nesta cidade para ajudar da forma que eu puder a diminuir todo esse sofrimento.

A espondilite anquilosante foi uma parte importante da sua história e influenciou sua escolha pela neurocirurgia, especialmente pela parte de coluna. Como você enxerga a relação entre a sua experiência pessoal e a forma como lida com os pacientes nessa área?

A espondilite anquilosaste é uma doença autoimune, crônica, que não tem cura. Ela ataca principalmente inflamando a coluna e os olhos. Quando há privação de sono, estresse, desgaste físico e mental, tenho crises que me impedem até de levantar da cama e conseguir enxergar. Passar por tudo isso com certeza me fez ter um olhar mais humano dentro de medicina, porque eu “sinto na pele” muito do que meus pacientes sofrem. Essa doença apesar de ser algo ruim na minha vida, me fez ter compaixão, se importar ainda mais com as dores dos meus pacientes.

A SOS Neurocirurgia tem crescido como uma plataforma de ensino, ajudando estudantes e profissionais da área. Quais são os principais desafios e satisfações que você tem ao ver o impacto dessa plataforma na formação de futuros neurocirurgiões?

Hoje somos a maior plataforma privada de ensino da Neurocirurgia no Brasil. E fico muito orgulhoso de ter construído isso tudo junto com meu sócio Cézar Kabbach. Começamos como uma forma de ajudar outros residentes a estudarem de forma mais didática para as provas que temos que fazer todos os anos para concluir a residência. E foi crescendo de tal forma que hoje temos mais de 1500 alunos na nossa base, que vai desde estudantes de medicina, residentes à neurocirurgiões já formados. Saber que estamos contribuindo não só na educação médica brasileira, mas também indiretamente ajudando os pacientes que nossos alunos vão atender e operar, é muito gratificante e faz valer a pena todo o esforço.

Créditos:
Foto: @eubernadocoelho

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