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Entre a Técnica e o Cuidado: Dra. Débora Vianna e a Humanização da Cirurgia Oncológica de Cabeça e Pescoço

Entre a Técnica e o Cuidado: Dra. Débora Vianna e a Humanização da Cirurgia Oncológica de Cabeça e Pescoço

Em meio aos avanços da medicina moderna, a especialidade de cirurgia de cabeça e pescoço permanece como uma das mais complexas e desafiadoras — técnica apurada e sensibilidade humana caminham lado a lado. É nesse cenário que a Dra. Debora Vianna tem construído uma trajetória marcada por excelência clínica, empatia e protagonismo feminino. Especialista no tratamento oncológico de tumores que afetam estruturas vitais como garganta, laringe e faringe, ela alia conhecimento técnico de ponta à escuta acolhedora e ao compromisso com a vida e a dignidade dos pacientes.

Nesta entrevista, a Dra. Débora compartilha os motivos que a levaram a escolher essa área delicada da medicina, os principais sinais de alerta que a população deve conhecer e como a tecnologia vem revolucionando o prognóstico e a qualidade de vida de quem enfrenta o câncer. Fala ainda sobre o papel transformador da rede de apoio emocional, a importância da presença digital para a educação em saúde e os desafios de ser mulher em uma especialidade historicamente masculina. Com um olhar firme e coração aberto, ela nos conduz por uma jornada onde cuidar é também devolver voz, autoestima e esperança.

Dra. Débora Vianna, o que motivou a escolha pela oncologia de cabeça e pescoço, especialmente em uma área tão delicada como o câncer de garganta?

Sempre tive uma enorme paixão pela medicina, mas foi durante a residência que me encantei pela complexidade e pela delicadeza da oncologia de cabeça e pescoço. O tratamento dos tumores nessa região vai muito além da técnica cirúrgica: envolve cuidar da voz, da alimentação, da autoestima. Cada paciente carrega uma história única, e saber que posso contribuir para que ele retome sua qualidade de vida é o que me move diariamente. Acredito que devolver esperança é o maior presente que um médico pode receber.

Como é possível equilibrar a complexidade técnica das cirurgias com o acolhimento emocional dos pacientes, que muitas vezes chegam fragilizados?

Acredito que ser médico vai muito além do bisturi. Sempre digo que o toque humano é tão importante quanto o conhecimento técnico. Busco conversar, ouvir os medos, explicar cada etapa do tratamento de forma clara e acolhedora. Muitas vezes, apenas segurar a mão do paciente antes de ir para o centro cirúrgico ou estar disponível para escutar pode transformar uma experiência difícil em algo menos doloroso.

Quais são os principais sinais de alerta que a população não deve ignorar quando se trata de câncer de garganta?

Esse é um tema que abordo com frequência nas minhas redes sociais! Os principais sinais de alerta são: rouquidão persistente por mais de três semanas, dor de garganta que não melhora, dificuldade para engolir, sensação de “bolo” na garganta, caroço no pescoço, mudanças na voz, perda de peso sem explicação, tosse com sangue. Ao notar qualquer um desses sintomas, procure um especialista — o diagnóstico precoce faz toda a diferença!

De que forma os avanços tecnológicos têm impactado o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes com câncer de laringe e faringe?

Vivemos uma época incrível para a medicina! Novas tecnologias, como cirurgias minimamente invasivas, lasers, robótica e radioterapia de precisão, têm melhorado muito a recuperação dos pacientes e reduzido complicações. Isso significa menos tempo de internação, retorno mais rápido às atividades e, o mais importante, preservação da voz e da deglutição em muitos casos. Eu me atualizo constantemente para que meus pacientes recebam o que há de mais moderno e eficiente

O apoio de familiares, amigos e da equipe médica pode fazer a diferença no processo de cura. Como essa rede de suporte atua na prática?

Ninguém enfrenta o câncer sozinho. Ter ao lado familiares, amigos e uma equipe multidisciplinar — que vai do cirurgião ao nutricionista, do psicólogo ao fonoaudiólogo — é fundamental. Sempre incentivo que o paciente traga alguém de confiança às consultas. O suporte emocional reduz o medo, aumenta a adesão ao tratamento e melhora o bem-estar. Faço questão de integrar essa rede — afinal, juntos somos mais fortes.

A produção de conteúdo nas redes sociais tem alcançado milhares de pessoas com informações valiosas. Como surgiu essa iniciativa e qual tem sido o impacto?

Eu entendi que, para além do consultório e do hospital, eu poderia ajudar muito mais divulgando informação de qualidade. Recebo mensagens diárias de pessoas que descobriram sintomas importantes, perderam o medo ou se sentiram acolhidas ao ler um post ou vídeo meu. As redes sociais democratizaram o acesso à saúde, e participar disso me enche de orgulho — acho que meu olhar humano e direto ajuda a criar uma ponte de confiança com quem precisa.

Em uma especialidade historicamente dominada por homens, como foi a trajetória até conquistar reconhecimento e abrir caminho para outras mulheres na medicina?

Minha trajetória nunca foi fácil, como acontece com toda mulher que entra em um campo predominantemente masculino. Mas sempre acreditei na excelência, na dedicação e na empatia. Sou grata aos colegas e às pacientes que confiaram em mim, que deram voz ao meu trabalho. Hoje, sinto que sirvo de inspiração para outras médicas — e faço questão de mentorar jovens que sonham em trilhar esse caminho. A diversidade só engrandece nossa profissão.

Quais são os próximos sonhos ou metas, seja na área médica, na pesquisa ou no cuidado humanizado aos pacientes?

Meu maior sonho é continuar caminhando ao lado dos meus pacientes com a mesma paixão e dedicação. Quero ampliar projetos de educação em saúde, investir em pesquisas que possam tornar o diagnóstico ainda mais precoce e, claro, seguir inovando na humanização do tratamento. O cuidado integral, que considera corpo, mente e história de cada pessoa, é e sempre será meu maior compromisso

Ao final da conversa, fica evidente que, para a Dra. Débora Vianna, a medicina é mais do que ciência — é presença, escuta e transformação. Em cada paciente, ela enxerga mais do que um diagnóstico: vê uma vida que merece ser respeitada, cuidada e acolhida em sua totalidade. Em um cenário onde a técnica salva, mas o afeto cura, sua atuação ilumina caminhos não apenas na sala cirúrgica, mas também no imaginário de quem acredita que é possível tratar com precisão e compaixão.

Com olhar firme e propósito claro, ela segue ampliando vozes, restaurando vidas e abrindo espaço para um novo modelo de cuidado: mais inclusivo, mais humano, mais consciente. E, nesse percurso, transforma também a própria medicina.

 

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