O Brasil alcançou um marco histórico no setor aéreo: com mais de 1.000 jatos executivos registrados, o país se tornou o segundo maior mercado de aviação executiva do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O número foi confirmado por dados recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e reflete um crescimento sólido e contínuo desse segmento nos últimos anos.
Muito além do luxo, a aviação executiva no Brasil tem se consolidado como uma ferramenta estratégica de negócios. Em um país com dimensões continentais, onde muitas regiões ainda carecem de voos comerciais regulares, os jatos privados vêm sendo adotados como solução prática e eficiente para o deslocamento de empresários, executivos, médicos e profissionais liberais. A expansão do agronegócio e a interiorização da economia contribuíram de forma decisiva para esse cenário. Em áreas onde o tempo e a logística são determinantes para o sucesso das operações, voar com autonomia se tornou uma vantagem competitiva.
Segundo Flávio Pires, diretor-geral da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), o avanço do setor está diretamente ligado à mudança na percepção sobre o uso de jatos executivos no Brasil. “Hoje, jato não é sinônimo de luxo, mas de eficiência. Em um país de proporções continentais, tempo é um ativo decisivo”, afirma. Com isso, empresários de médio porte e setores antes distantes da aviação privada começaram a buscar acesso a esse tipo de mobilidade, seja por meio de fretamento, aquisição compartilhada ou consórcios aeronáuticos.
Além disso, o crescimento da frota tem impulsionado toda a cadeia do setor. O país já se posiciona como um polo estratégico para manutenção, operação e até fabricação de aeronaves executivas. Cidades como Sorocaba (SP), Goiânia (GO) e Porto Alegre (RS) têm se destacado com centros especializados que atendem a demanda crescente. Empresas como Embraer e TAM Aviação Executiva estão entre as que mais investem nessa infraestrutura.
A expectativa para os próximos anos é otimista. Especialistas preveem que, até 2027, o Brasil possa ultrapassar a marca de 1.200 jatos executivos, consolidando ainda mais sua posição no cenário global da aviação de negócios. Com um ambiente regulatório em evolução e maior acesso a linhas de crédito específicas, o setor deve continuar crescendo, acompanhando as transformações econômicas e logísticas do país.


