As fraudes virtuais se tornaram parte do cotidiano digital de milhões de brasileiros. Um levantamento recente realizado pela TransUnion revelou um dado alarmante: quatro em cada dez brasileiros já foram alvo de algum tipo de golpe pela internet, e cerca de 10% chegaram a cair efetivamente nas armadilhas digitais, sofrendo prejuízos financeiros.
Com o avanço da tecnologia e o aumento das transações online, os golpistas têm adotado estratégias cada vez mais sofisticadas. Ligações falsas que se passam por bancos, mensagens que simulam atendimento de empresas, links maliciosos e sites clonados estão entre as formas mais comuns de enganar usuários e obter dados sensíveis.
Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, alerta que o crescimento das tentativas de fraude está diretamente ligado à maior presença digital da população. “A tecnologia trouxe facilidades, mas também ampliou as brechas para ataques. Os criminosos se aproveitam de momentos de distração ou de urgência para obter informações valiosas e, com isso, realizar fraudes financeiras”, afirma.
A pesquisa também apontou que os golpes mais frequentes acontecem em plataformas de relacionamento e comunidades online, onde usuários estão mais vulneráveis a abordagens falsas. No Brasil, o índice de tentativas suspeitas de fraude é de 6,1% número superior à média global, que é de 5,4%.
Os impactos são significativos: além dos danos financeiros, que em muitos casos ultrapassam os R$ 6 mil por vítima, há também o trauma emocional de quem se vê enganado em um ambiente que deveria oferecer segurança. A sensação de vulnerabilidade digital tem levado muitos consumidores a mudar hábitos. Mais da metade dos entrevistados disse já ter desistido de concluir uma compra online por desconfiar da segurança do site, e muitos afirmaram que trocariam de empresa ou serviço em busca de maior proteção digital.
Em um país onde 40% da população conectada já enfrentou algum tipo de tentativa de fraude virtual, cresce a urgência por medidas de proteção mais eficientes. Para especialistas, a melhor forma de se defender ainda é a informação saber identificar sinais de fraude, manter sistemas atualizados, desconfiar de contatos inesperados e, acima de tudo, adotar uma postura mais cautelosa nas interações digitais. Afinal, no mundo virtual, a confiança deve ser construída com a mesma responsabilidade que se espera fora dele.


