Um lote falsificado de toxina botulínica, mais conhecida como Botox®, foi apreendido recentemente no Brasil, acendendo alerta vermelho entre autoridades sanitárias e profissionais de estética. No dia 1º de julho de 2025, a Anvisa determinou a suspensão da comercialização e aplicação do lote C8846C3 do Botox® 200 U, com validade até agosto de 2026, após a fabricante ABBVIE identificar características anormais nas embalagens como o uso de uma caixa amarela e a ausência do código global GTIN o que denuncia a falsificação .
A medida veio na esteira de um histórico preocupante de irregularidades: desde 2023, outros lotes falsificados de Botox® e Dysport® já haviam sido identificados pela Anvisa, exibindo diferenças claras nas bulas, selos de segurança e até na data de validade, reforçando a gravidade da situação . Especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alertam para o risco real de complicações como fraqueza muscular severa e botulismo uma doença neurológica rara, mas potencialmente fatal .
O botulismo, causado pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, prejudica o sistema nervoso ao inibir a transmissão neuromuscular. Sintomas como visão turva, dificuldades para falar, engolir e respirar podem surgir horas ou semanas após a aplicação, exigindo tratamento imediato com antitoxina .
Diante do risco elevado, a Anvisa reforça: clínicas e profissionais precisam adquirir a toxina somente de fornecedores regulamentados, checar rigorosamente embalagens, lotes e validade. Pacientes, por sua vez, têm o direito de saber qual produto está sendo utilizado isso inclui exigir que se informe marca, lote e fabricante antes de qualquer procedimento .
A orientação é clara: qualquer produto suspeito deve ser imediatamente identificado, não utilizado e relatado às autoridades por meio dos canais oficiais da Anvisa. Essa colaboração é essencial para impedir a circulação desses lotes falsificados e proteger a saúde pública .
Especialistas em saúde reforçam que, embora o Botox® seja seguro quando utilizado conforme indicado, a banalização de procedimentos estéticos às vezes realizados por profissionais não habilitados e com produtos de procedência duvidosa abre espaço para práticas inseguras e potencialmente danosas . Por isso, a recomendação final é enfática: só utilize a toxina botulínica adquirida em farmácias e distribuidores autorizados, aplicada por profissionais qualificados e em locais autorizados pela vigilância sanitária.
