A recente revelação da ex-BBB Fernanda Keulla sobre seu diagnóstico de Síndrome de Sjögren reacendeu o debate sobre uma condição autoimune ainda pouco conhecida do grande público mas que afeta milhares de brasileiros. Caracterizada principalmente pela secura nos olhos e na boca, a doença vai muito além do desconforto cotidiano e pode comprometer diversos órgãos ao longo dos anos.
A Síndrome de Sjögren é uma doença autoimune crônica em que o próprio sistema imunológico ataca as glândulas exócrinas, responsáveis por produzir saliva, lágrimas e outros fluidos essenciais. O resultado é uma secura persistente que pode parecer inofensiva no início, mas que costuma vir acompanhada de cansaço extremo, dores articulares e, em casos mais avançados, inflamações em órgãos como pulmões, rins e até o sistema nervoso.
Apesar de ser considerada rara, muitos especialistas acreditam que a subnotificação é alta, já que o diagnóstico costuma demorar anos. Isso acontece porque os sintomas são comuns a várias outras condições e, muitas vezes, tratados de forma isolada. Estima-se que a maioria dos pacientes seja mulher, geralmente entre os 40 e 60 anos, mas a síndrome também pode acometer homens e pessoas mais jovens.
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, laboratoriais e, em alguns casos, biópsia das glândulas salivares. Testes oftalmológicos específicos também ajudam a detectar a redução na produção de lágrimas.
Embora não tenha cura, a Síndrome de Sjögren tem tratamento. O controle dos sintomas é feito com o uso de colírios lubrificantes, saliva artificial e medicamentos que modulam a resposta do sistema imunológico. Em quadros mais severos, pode ser necessário o acompanhamento com diferentes especialistas, como reumatologistas, oftalmologistas e dentistas.
Casos como o de Fernanda servem de alerta: sintomas aparentemente simples, como olhos e boca secos, não devem ser ignorados especialmente se vierem acompanhados de fadiga constante e dores articulares. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor será a qualidade de vida do paciente e menores os riscos de complicações a longo prazo.
Se você apresenta sintomas persistentes, vale a pena conversar com um médico. A informação ainda é o principal aliado no enfrentamento das doenças autoimunes.
