Nesta terça-feira, o planeta Terra registrou uma rotação ligeiramente mais rápida do que o habitual, tornando o dia 22 de julho de 2025 o segundo mais curto já registrado desde o início das medições modernas de tempo. O fenômeno surpreendeu cientistas ao redor do mundo e reacende debates sobre o comportamento do núcleo terrestre e seus impactos no tempo e na tecnologia.
De acordo com o International Earth Rotation and Reference Systems Service (IERS), o planeta completou sua rotação cerca de 1,2 milissegundos mais rápido do que o padrão de 24 horas. Embora pareça imperceptível para a maioria das pessoas, essa diminuição, mesmo que mínima, pode impactar sistemas de alta precisão, como satélites, redes de comunicação e até bancos de dados financeiros.
Mas por que isso acontece?
A velocidade de rotação da Terra não é fixa ela pode variar por diversos motivos, como movimentos do núcleo terrestre, terremotos, atividade vulcânica, derretimento de geleiras, marés e até fenômenos climáticos extremos. Nos últimos anos, os cientistas têm observado uma tendência curiosa: a Terra, em vez de desacelerar como era esperado, tem apresentado dias ligeiramente mais curtos com mais frequência.
“É como se o planeta estivesse oscilando e tentando encontrar um novo equilíbrio. E cada pequena alteração na massa da Terra ou em sua distribuição pode afetar essa rotação”, explica o geofísico Dr. André Vasconcelos, da Universidade Federal de Minas Gerais.
O recorde anterior de dia mais curto foi registrado em 2020, e desde então vários eventos semelhantes vêm sendo notados. Embora os efeitos no cotidiano sejam quase nulos, essas alterações colocam os cientistas em alerta, especialmente em relação ao tempo atômico, que é a base da contagem de horas usada por satélites, sistemas de navegação e tecnologias digitais.
Se o encurtamento dos dias se intensificar, há a possibilidade de os órgãos internacionais considerarem a aplicação de um “leap second negativo” ou segundo negativo uma correção inédita no relógio mundial, subtraindo um segundo para alinhar o tempo oficial com a rotação real do planeta.
Apesar do fenômeno parecer técnico demais, ele é um lembrete de que o nosso planeta está em constante mudança mesmo que, muitas vezes, a gente nem perceba.


