Um levantamento recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) revelou um dado que chama atenção: o número de remoções de próteses de mama cresceu 113% nos últimos anos. O movimento, que antes era pontual, hoje se apresenta como uma tendência global e reflete uma mudança profunda na maneira como muitas mulheres se relacionam com seus corpos, a estética e a saúde.
Por muito tempo, os implantes mamários foram vistos como símbolo de feminilidade e empoderamento. No entanto, cada vez mais pacientes vêm optando por retirá-los seja por questões estéticas, desconforto físico, sintomas relacionados à chamada “doença do silicone” ou simplesmente pelo desejo de retornar à naturalidade.
O que era uma decisão quase sempre motivada por arrependimento, hoje acontece de forma consciente e planejada. Cirurgiões plásticos relatam que o perfil das pacientes mudou: são mulheres bem informadas, que pesquisam, leem relatos, conversam com outras pacientes e, acima de tudo, estão em busca de autenticidade.
Entre os motivos mais citados para a retirada das próteses estão dores musculares, sensação de peso, inflamações, dificuldade para praticar atividades físicas e, em alguns casos, quadros clínicos mais complexos, como reações autoimunes. Há também um fator estético: a preferência por um visual mais natural tem ganhado espaço nos últimos anos, impulsionado tanto pelas redes sociais quanto por figuras públicas que assumiram publicamente a decisão de remover os implantes.
Além disso, o envelhecimento das próteses e a recomendação de substituição a cada 10 ou 15 anos também têm levado muitas mulheres a repensarem se vale a pena seguir com elas. Para algumas, a decisão é emocional; para outras, é uma escolha prática e de saúde.
O crescimento expressivo das explantações também tem movimentado o mercado médico, com técnicas cada vez mais sofisticadas de reconstrução, remodelação mamária e reposicionamento do tecido natural após a retirada. O resultado? Procedimentos menos invasivos e cicatrizes mais discretas, que colaboram para uma recuperação mais tranquila e segura.
A remoção de próteses mamárias, que antes era vista quase como um retrocesso, hoje representa um ato de autonomia e reconexão. Para muitas mulheres, trata-se de uma redescoberta do próprio corpo sem exageros, sem pressões externas, apenas com o desejo de se sentirem bem com elas mesmas.


