Morar próximo ao mar pode trazer mais do que belas paisagens: pode acrescentar anos à vida. É o que indica uma pesquisa publicada na revista Environmental Research, que analisou dados de mais de 66 mil setores censitários nos Estados Unidos e encontrou uma relação clara entre proximidade do litoral e aumento da expectativa de vida.
Segundo o estudo, viver até 48 quilômetros de oceanos ou golfos está associado a uma longevidade, em média, um ano superior à média nacional de 79 anos. O efeito é mais evidente em áreas costeiras com temperaturas amenas, menor ocorrência de dias excessivamente quentes e fácil acesso a ambientes naturais.
Pesquisas anteriores já haviam associado morar perto da água a melhores índices de saúde cardiovascular, menores taxas de obesidade e níveis mais altos de atividade física. Esses fatores se somam a um ambiente menos poluído e a mais oportunidades para caminhadas, esportes ao ar livre e descanso, o que contribui tanto para o bem-estar físico quanto mental.
Por outro lado, o estudo não observou o mesmo benefício em áreas urbanas próximas a rios ou lagos interiores de grande porte, onde questões como poluição, desigualdade social e limitações de infraestrutura podem anular os possíveis ganhos à saúde.
No Brasil, Florianópolis reúne as condições ideais apontadas pela pesquisa. Com litoral preservado, clima agradável e índices elevados de qualidade ambiental, a capital catarinense soma a isso uma ampla rede de serviços médicos, clínicas e hospitais reconhecidos. Essa combinação tem atraído não apenas moradores em busca de qualidade de vida, mas também pacientes de outras regiões e do exterior, fortalecendo o segmento de turismo de saúde.
Na cidade, a presença de médicos especializados em diversas áreas, somada à oferta de infraestrutura moderna, garante que cuidados preventivos e tratamentos de alta complexidade possam ser realizados com excelência. Ao mesmo tempo, o contato diário com a natureza e a facilidade para práticas ao ar livre reforçam hábitos saudáveis que se refletem em mais anos de vida.
Especialistas defendem que compreender a ligação entre ambiente e saúde é fundamental para orientar políticas públicas. Cidades costeiras que preservam seus recursos naturais e investem em infraestrutura de saúde tendem a oferecer mais longevidade e qualidade de vida para seus habitantes.
Como colunista, observo que Florianópolis exemplifica de forma rara o encontro perfeito entre natureza e medicina. Aqui, o mar não é apenas cenário: ele é parte ativa do cuidado com a saúde. Viver perto dele significa respirar melhor, se mover mais, se estressar menos e, acima de tudo, entender que longevidade não se mede apenas em anos, mas na qualidade com que cada um deles é vivido.
