O governo japonês anunciou novas diretrizes que podem transformar a relação da população com a tecnologia: o uso de celulares será limitado a duas horas por dia, especialmente entre crianças e adolescentes. A medida tem como objetivo reduzir os impactos negativos do tempo excessivo em frente às telas, cada vez mais associado a problemas de saúde física e mental.
De acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, estudos recentes apontam que o uso prolongado de smartphones está relacionado ao aumento de casos de ansiedade, distúrbios do sono, sedentarismo e dificuldades de concentração. Para as autoridades, estabelecer limites claros é uma forma de proteger a nova geração de consequências a longo prazo.
O psicólogo infantil Dr. Kenji Yamamoto, especialista em saúde digital, explica que a limitação não busca demonizar a tecnologia, mas sim incentivar o equilíbrio. “O celular é uma ferramenta importante de aprendizado e socialização, mas o excesso prejudica o desenvolvimento cognitivo e emocional. Definir um tempo máximo de uso ajuda famílias e escolas a criarem uma rotina mais saudável”, afirma.
Além da restrição diária, o plano prevê campanhas de conscientização para pais, professores e jovens, estimulando atividades ao ar livre, esportes e interações presenciais como alternativas ao tempo de tela. O governo japonês também estuda parcerias com empresas de tecnologia para criar sistemas de monitoramento que facilitem o controle do tempo de uso dos aparelhos.
Especialistas ressaltam que essa decisão do Japão pode inspirar outros países a adotarem medidas semelhantes, diante do crescimento das discussões sobre saúde digital em todo o mundo.
Enquanto o projeto ainda gera debates, a proposta reforça uma questão cada vez mais urgente: como equilibrar os benefícios da tecnologia com a preservação da saúde e do bem-estar das pessoas.


