Determinada desde cedo a trilhar um caminho de independência e realização pessoal, Dra. Priscila Pauwelz saiu de uma pequena cidade no Rio Grande do Sul para construir, com coragem e disciplina, sua própria clínica em Florianópolis. Após uma carreira sólida no setor farmacêutico e corporativo, ela encontrou na estética não apenas uma profissão, mas sua verdadeira missão: transformar vidas com naturalidade, cuidado individualizado e foco na autoestima das mulheres. Nesta entrevista, ela compartilha sua jornada, seus aprendizados e a visão única que a diferencia no universo da harmonização e da estética regenerativa.
Você saiu de uma cidade pequena no Rio Grande do Sul para construir sua clínica em Florianópolis. Como essa trajetória de determinação influenciou sua forma de atender hoje?
Desde criança, sempre fui incentivada pela minha mãe a estudar, trabalhar e ser uma mulher independente. Meu sonho era cursar Medicina, mas meus pais não tinham condições de custear a faculdade. Consegui uma bolsa de 50% em Farmácia e, aos 16 anos, saí de casa para morar a 300 km de distância, conciliando faculdade e trabalho. Essa coragem de buscar ser alguém melhor me motiva até hoje, 20 anos depois.
Até conquistar meu espaço foram anos de dedicação em áreas como varejo, marketing e indústria farmacêutica. Sempre estudei muito, independentemente da fase em que estava. Foram quase 10 anos em outro ramo até que, na pandemia, ao realizar meus primeiros procedimentos estéticos em mim mesma, despertei para a área. Sempre fui vaidosa, gostei de treinar e me cuidar, e vi na estética uma forma de unir bem-estar pessoal e profissão. Hoje, recebo em meu espaço mulheres como eu fui no passado: que buscam sua melhor versão, envelhecer com beleza e se sentir mais confiantes.
Foram mais de 300 pacientes transformadas com naturalidade. O que mais diferencia sua abordagem em relação à harmonização facial tradicional?
Para mim, cada paciente é único. Explico sempre que a verdadeira beleza está em valorizar o que a pessoa já tem de melhor, sem mudar sua essência. Dedico tempo ouvindo suas histórias, inseguranças e desejos, e isso reflete diretamente no resultado. Pequenos detalhes podem transformar a autoestima, e é isso que me move: a estética vai além da beleza, é sobre resgatar confiança e alegria de viver.

A estética regenerativa é uma área em expansão. Como você explica esse conceito para as pacientes que chegam buscando apenas procedimentos de embelezamento imediato?
Muitas chegam buscando resultados rápidos e sim, temos técnicas incríveis para isso. Mas gosto de explicar que há algo ainda mais valioso: cuidar da base da pele para mantê-la firme, saudável e bonita a longo prazo.
A estética regenerativa estimula o próprio corpo a produzir colágeno e a se recuperar, melhorando a qualidade dos tecidos. Isso traz naturalidade e resultados mais duradouros. Gosto de comparar com a construção de uma casa: pintar a parede deixa bonito hoje, mas se o alicerce estiver frágil, a pintura não dura. Na clínica, busco alinhar beleza imediata com regeneração para que a paciente se sinta bem hoje e daqui a 10 anos.
Durante muitos anos você atuou no setor farmacêutico e de vendas. De que maneira essa experiência ajudou a estruturar sua clínica?
Trabalhar no setor farmacêutico e em vendas me ensinou organização, processos, metas e disciplina. Hoje aplico tudo isso na estética. Entendi a importância de entregar não apenas um procedimento, mas uma experiência completa: desde o agendamento até o acompanhamento no pós-tratamento.
Essa bagagem me fez enxergar a clínica também como um negócio. Assim, consigo investir em tecnologia, crescer de forma sustentável e oferecer sempre o melhor. Quem vem até mim encontra não só uma profissional apaixonada, mas uma estrutura pensada para garantir resultados de excelência.

Você passou quatro anos atendendo em salas alugadas, praticamente com um “consultório ambulante”. Qual foi o maior aprendizado desse período?
Meu maior aprendizado foi a resiliência. Montava o consultório de manhã e desmontava no fim do dia. Não havia placa com meu nome na porta, mas havia um sonho enorme no meu coração.
Atendi em horários emprestados, em espaços que nem sempre eram como eu gostaria, mas sempre entreguei o meu melhor. Houve dias em que pensei em desistir, mas algo dentro de mim dizia: continua, você vai chegar lá.
E cheguei. Hoje, quando entro na minha clínica, lembro da Priscila que não tinha nada além de coragem, fé e determinação. Cada não virou combustível, cada lágrima virou força.
Cada atendimento é tratado como único. Quais cuidados específicos você adota para garantir essa personalização?
Ouço a história da paciente, suas expectativas e como ela se enxerga. Avalio rosto em movimento e repouso, proporções, simetria e qualidade da pele, explicando de forma clara o que pode ser feito.
Não sigo protocolos prontos: crio planos individualizados, combinando técnicas que fazem sentido para cada pessoa e momento de vida. Meu objetivo é equilíbrio e naturalidade, realçando a versão mais bonita da paciente sem mudar quem ela é. E sigo acompanhando de perto para que o resultado evolua da melhor forma.

A pandemia foi um divisor de águas na sua carreira. O que esse momento lhe ensinou sobre resiliência e o valor da estética?
Eu já estava insatisfeita no mundo corporativo, mas ainda precisava trabalhar para investir no meu sonho. Quando a pandemia parou tudo, fui obrigada a refletir: “O que eu realmente quero para a minha vida?”
Entendi que estética não era apenas uma profissão, era minha missão. Quando tudo voltou, retomei com força total, estudei ainda mais e me comprometi a transformar rostos e histórias.
A pandemia me ensinou a recomeçar do zero, a mudar a rota sem medo e a enxergar o quanto a estética é essencial para a saúde emocional. Cuidar de si é mais que vaidade: é autoestima, é vida.

Para quem sonha em abrir a própria clínica, qual conselho você daria?
Quando decidi mudar tudo e recomeçar em Florianópolis, não tinha apoio familiar nem mão amiga. Aprendi sozinha sobre gestão, marketing, finanças, contratação… chorei de medo e cansaço, mas segui em frente.
Meu conselho é: tenha coragem de começar pequeno. Não espere a perfeição para dar o primeiro passo. Estude além da técnica entenda de gestão e liderança, porque uma clínica não vive só de bons procedimentos.
Cuide da mente e da energia, seja sua própria torcida, e não desista diante das dificuldades. A resiliência vai ser seu maior ativo.
Hoje, olhar para minha clínica me faz lembrar que cada lágrima valeu a pena. Se eu consegui, qualquer pessoa com coragem e dedicação também consegue.

A história de Dra. Priscila Pauwelz é um lembrete de que determinação e propósito podem transformar não apenas trajetórias, mas também vidas. Da jovem que saiu do interior com uma bolsa de estudos até a profissional que hoje inspira e acolhe mulheres em sua clínica, sua caminhada revela que a estética é muito mais do que técnica: é cuidado, é escuta e é amor-próprio. Mais do que transformar rostos, ela se dedica a transformar histórias, mostrando que a verdadeira beleza nasce da coragem de acreditar em si mesma.


