Pesquisadores brasileiros publicaram recentemente um alerta sobre retrocessos no atendimento à população trans no sistema de saúde. Segundo eles, medidas políticas e administrativas em curso ameaçam desmontar avanços conquistados nas últimas décadas no acesso a tratamentos de afirmação de gênero.
O sistema público de saúde vinha garantindo, ainda que com limitações, serviços como acompanhamento psicológico, hormonioterapia e cirurgias específicas. Contudo, propostas recentes discutidas em diferentes instâncias podem restringir o financiamento, reduzir a oferta de profissionais capacitados e dificultar o acesso de milhares de pessoas.
Estudos internacionais mostram que o acesso a esses serviços é fundamental para reduzir riscos de depressão, ansiedade e suicídio entre pessoas trans. A falta de acompanhamento adequado pode agravar vulnerabilidades já existentes, ampliando a exclusão social e a desigualdade de oportunidades.
Pesquisadores ressaltam que o Brasil tem sido referência em algumas políticas inclusivas, mas esse cenário pode mudar. “Negar esse atendimento é mais do que um retrocesso em saúde. É uma violação de direitos humanos”, afirmou um dos autores de artigo publicado em revista internacional.
Movimentos sociais e entidades médicas vêm se mobilizando para impedir retrocessos, defendendo que a saúde integral de pessoas trans seja preservada como política pública. Além da importância clínica, especialistas reforçam que o tema é também uma questão de cidadania e dignidade humana.
A comunidade científica pede que a sociedade participe ativamente de debates e consultas públicas, garantindo que conquistas não sejam perdidas e que o acesso à saúde siga sendo universal e inclusivo.


