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Covid 19 pode acelerar o envelhecimento das artérias e mulheres são as mais afetadas

Sequelas silenciosas no sistema cardiovascular

Pesquisas recentes apontam que a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 pode deixar sequelas duradouras no sistema cardiovascular, provocando rigidez arterial e acelerando o chamado envelhecimento vascular precoce. Um estudo internacional revelou que esse efeito é mais pronunciado em mulheres, mesmo entre aquelas que tiveram quadros leves da doença.

O estudo e seus resultados

Realizado com 2.390 participantes de 16 países, o estudo analisou pessoas que nunca haviam tido Covid, além de grupos que tiveram infecção leve, hospitalização em enfermaria e internação em UTI. A principal medida observada foi a velocidade da onda de pulso, parâmetro que indica a rigidez das artérias. Quanto maior a velocidade, mais rígidos e envelhecidos estão os vasos sanguíneos.

Os resultados mostraram que, entre as mulheres, houve um aumento médio da rigidez arterial equivalente a até sete anos de envelhecimento vascular. Mesmo nos casos leves, o impacto foi perceptível. Nos homens, o aumento não foi estatisticamente significativo quando comparado ao grupo controle.

Sintomas persistentes e maior vulnerabilidade

Outro dado relevante foi observado entre mulheres com sintomas persistentes após a infecção, como fadiga e falta de ar. Nessas pacientes, a rigidez arterial era ainda maior, independentemente da gravidade inicial da doença. O acompanhamento de um grupo de participantes ao longo de um ano também mostrou que, enquanto as pessoas não infectadas apresentaram o envelhecimento natural esperado, aquelas que tiveram Covid mantiveram níveis de rigidez arterial elevados.

Por que as mulheres são mais afetadas

Pesquisadores acreditam que há múltiplos fatores para explicar essa diferença. Um deles está relacionado à resposta imunológica feminina, que tende a ser mais intensa e duradoura, o que, embora ofereça proteção contra o vírus, pode aumentar a inflamação dos vasos. O vírus também pode causar danos diretos às células endoteliais, responsáveis por revestir os vasos sanguíneos, além de desencadear estresse oxidativo e inflamação persistente. Questões hormonais e diferenças na reparação vascular também podem contribuir para essa vulnerabilidade.

A importância do acompanhamento médico

Os especialistas reforçam que a rigidez arterial é um marcador precoce de risco cardiovascular e que, por isso, identificar e monitorar essa condição é fundamental. Mulheres que tiveram Covid, especialmente aquelas com sintomas prolongados, devem manter acompanhamento médico e adotar medidas preventivas, como controle da pressão arterial, colesterol, glicemia e manutenção de hábitos saudáveis.

 

Vacinação e prevenção continuam essenciais

A pesquisa também mostrou que pessoas vacinadas apresentaram menor impacto sobre a rigidez das artérias, o que reforça a importância da imunização e do cuidado contínuo com a saúde cardiovascular após a infecção.

 

Fontes:

Bruno RM et al. Accelerated vascular ageing after COVID-19 infection: the CARTESIAN study. European Heart Journal, 2025.

European Society of Cardiology. Covid infection ages blood vessels especially in women.

American College of Cardiology (ACC). CARTESIAN Study: COVID-19 Accelerates Vascular Aging, Especially in Women.

Baissary et al. The Effect of COVID-19 on Arterial Stiffness and Inflammation.

Medical News Today. COVID tied to faster blood vessel aging especially in women.

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