A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nova resolução que proíbe o uso de duas substâncias químicas muito comuns em produtos para unhas de gel: o TPO (óxido de difenil (2,4,6-trimetilbenzol) fosfina) e o DMPT(N,N-dimetil-p-toluidina, também conhecida como dimetiltolilamina). A decisão foi tomada após estudos científicos apontarem que esses compostos estão associados a riscos de câncer e infertilidade, especialmente em pessoas expostas de forma contínua, como profissionais da área da beleza.
De acordo com a Anvisa, o DMPT é classificado como um agente potencialmente cancerígeno para seres humanos, enquanto o TPO é considerado tóxico para a reprodução, com possibilidade de afetar a fertilidade e causar danos ao desenvolvimento embrionário. A medida proíbe a fabricação, importação, registro e comercialização de qualquer cosmético que contenha essas substâncias em sua fórmula.
A dermatologista Dra. Luísa Ribeiro, especialista em cosmetologia e segurança química, alerta que o perigo está na exposição constante. “Esses produtos, quando aquecidos durante o processo de secagem com luz ultravioleta, podem liberar compostos tóxicos capazes de penetrar na pele e entrar na corrente sanguínea. O risco é maior para quem manipula esses materiais diariamente, como manicures e designers de unhas”, explica.
A decisão brasileira segue uma tendência internacional. A União Europeia e outros países já haviam banido o uso de TPO e DMPT em cosméticos e produtos de higiene pessoal, diante das mesmas evidências científicas. Com a nova norma, o Brasil se alinha a esses padrões globais de segurança, reforçando o compromisso com a proteção da saúde pública.
Empresas do setor terão 90 dias para retirar do mercado todos os produtos que contenham as substâncias proibidas. Após esse prazo, eles deverão ser recolhidos e terão seus registros cancelados. A Anvisa orienta consumidores e profissionais a verificarem rótulos e composições antes de utilizar esmaltes em gel, priorizando marcas que sigam as novas exigências.
Embora o risco seja considerado baixo em casos isolados, especialistas alertam que a exposição prolongada e repetitiva pode trazer consequências sérias. “A decisão da Anvisa é uma vitória para a segurança do consumidor. A estética deve estar sempre acompanhada de responsabilidade e cuidado com a saúde”, reforça a Dra. Luísa.
Com a proibição, o setor de beleza passa por uma importante atualização regulatória, que busca garantir que a inovação cosmética ocorra sem comprometer o bem-estar de quem usa e de quem trabalha diariamente com esses produtos.


