O mês de novembro marca uma das campanhas de saúde mais importantes do calendário: o Novembro Azul, movimento global voltado à conscientização sobre a saúde do homem, com foco especial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata o tipo mais comum entre os homens brasileiros depois do câncer de pele não melanoma.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 70 mil novos casos da doença por ano. Apesar de ter altas taxas de cura quando detectado precocemente, o câncer de próstata ainda é responsável por quase 50 mortes diárias no país, reflexo da baixa adesão aos exames preventivos e do estigma que ainda envolve o tema.
O urologista Dr. Marcelo Pacheco, membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), explica que “o principal desafio não está apenas em oferecer o diagnóstico, mas em vencer o preconceito. Muitos homens ainda evitam procurar o médico por vergonha ou medo, e isso pode custar a vida”. Ele reforça que os exames de sangue (PSA) e o toque retal continuam sendo as formas mais eficazes de detectar alterações precocemente.
A próstata é uma glândula pequena, localizada abaixo da bexiga, responsável por produzir parte do fluido seminal. Quando as células dessa região passam a se multiplicar de forma descontrolada, surge o câncer que, em seus estágios iniciais, geralmente não apresenta sintomas. Por isso, o rastreamento é essencial a partir dos 50 anos, ou 45 anos no caso de homens negros ou com histórico familiar da doença.
A boa notícia é que, quando identificado no início, o câncer de próstata tem mais de 90% de chance de cura. Além disso, hábitos saudáveis — como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e controle do peso também ajudam na prevenção.
Mais do que uma campanha sobre exames, o Novembro Azul é um chamado à conscientização. Como resume o Dr. Pacheco: “falar sobre saúde masculina é falar sobre qualidade de vida, longevidade e responsabilidade com o próprio futuro”.
