Durante muito tempo acreditou-se que a genética era um destino fixo uma sentença biológica imutável. Hoje, a ciência mostra que essa ideia está ultrapassada. A epigenética, um dos campos mais promissores da biologia moderna, revela que nossos hábitos diários têm o poder de ativar ou silenciar genes, influenciando diretamente o desenvolvimento de doenças ou a promoção da saúde.
Alimentação, atividade física, sono e controle do estresse são fatores capazes de modificar a expressão dos genes. Isso ocorre por meio de pequenas alterações químicas, conhecidas como “marcadores epigenéticos”, que funcionam como interruptores biológicos. Em outras palavras, o DNA é o mesmo, mas o modo como ele se manifesta depende do ambiente e das escolhas pessoais.
De acordo com a geneticista Dra. Clarissa Vidal, entender a epigenética é entender o poder do estilo de vida. “Cada decisão, do prato que comemos à forma como reagimos ao estresse, está moldando o futuro da nossa saúde”, explica. Clínicas de longevidade e performance humana já utilizam testes epigenéticos para orientar planos de nutrição, exercício e suplementação específicos, aproximando a medicina da personalização absoluta. A genética nos dá o código. A epigenética nos ensina a interpretá-lo.


