Com base em dados da OMS e na experiência de especialistas, iniciativa do Espaço da Audição destaca práticas de cuidado, bem-estar e inovações tecnológicas voltadas à escuta saudável
A saúde auditiva, tema que por muito tempo ficou restrito a consultórios e campanhas sazonais, começa a ganhar uma nova abordagem: a da informação contínua e acessível. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050 cerca de 2,5 bilhões de pessoas terão algum grau de perda auditiva — e mais de 700 milhões precisarão de serviços de reabilitação.
Esses números ajudam a dimensionar a urgência do tema, especialmente entre os mais jovens. A própria OMS alerta que mais de 1 bilhão de adolescentes e adultos jovens correm risco de desenvolver perda auditiva evitável devido ao uso prolongado e em volume alto dos fones de ouvido.
Apesar disso, no Brasil, ainda são raros os espaços que falam sobre audição de forma prática e constante. É justamente para preencher essa lacuna que iniciativas digitais vêm se fortalecendo, como a nova série de vídeos do Espaço da Audição, que trata de temas como uso seguro de fones, prevenção de ruídos, envelhecimento saudável, tecnologias auditivas e sinais precoces de perda auditiva.
“A prevenção é o primeiro passo para evitar perdas e viver com mais qualidade”, explica Ariane Bonucci, fonoaudióloga, mestre em Ciências Médicas e sócia-fundadora do Espaço da Audição. “Nosso papel é mostrar que cuidar da audição é tão essencial quanto cuidar da visão ou da alimentação.”
Além de traduzir conceitos técnicos, a série chama atenção para o impacto social e tecnológico da perda auditiva. O envelhecimento da população, somado à exposição diária a ruídos urbanos, reforça a necessidade de novos hábitos de escuta. Estudos internacionais mostram que adultos expostos a sons intensos por mais de cinco anos têm até três vezes mais chances de desenvolver perda auditiva bilateral.
Mais do que discutir aparelhos e tratamentos, a proposta é estimular a prevenção como estilo de vida: reduzir o volume dos fones, fazer pausas, realizar exames periódicos e buscar orientação ao menor sinal de dificuldade.
Com essa produção, o Espaço da Audição se soma a um movimento global que enxerga a escuta como um ato de autocuidado — e transforma o conteúdo em ferramenta de saúde pública.


