Um novo estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Harvard reacendeu o debate sobre a frequência ideal de banhos. Segundo os cientistas, para a maioria das pessoas, tomar banho diariamente não é necessário e pode até prejudicar o equilíbrio natural da pele. A recomendação proposta pelo grupo é que adultos saudáveis façam banho completo a cada dois ou três dias, a menos que pratiquem atividades físicas intensas ou trabalhem expostos ao calor.
Os dermatologistas responsáveis pela pesquisa explicam que a pele possui uma camada protetora composta por microrganismos benéficos, conhecida como microbioma cutâneo. Essa barreira natural ajuda a prevenir irritações, alergias, ressecamento e até algumas doenças inflamatórias. O excesso de sabonete e água quente, no entanto, remove parte dessa proteção, favorecendo o aparecimento de descamação, sensibilidade e coceira.
O estudo ressalta que a recomendação não significa abandonar a higiene. A orientação é ajustar a rotina: manter a limpeza diária das áreas íntimas, axilas, pés e rosto, usar roupas limpas e priorizar banhos rápidos e mornos quando necessários. Para pacientes com pele seca, sensível ou com dermatites, a redução na frequência pode trazer benefícios ainda maiores.
Especialistas lembram que fatores como clima, tipo de pele, hábitos esportivos e profissão influenciam na necessidade de banhos mais frequentes. Em regiões muito quentes ou úmidas como boa parte do Brasil, tomar banho diário continua sendo confortável e aceitável, desde que se evite água muito quente e produtos agressivos.
Os autores reforçam que a recomendação não é uma regra universal, mas um alerta para que a população repense hábitos excessivos que, ao invés de proteger a pele, podem estar acelerando o ressecamento e prejudicando sua saúde natural.


