Incorporação ao calendário do SUS
O Brasil avançou no enfrentamento à dengue com a aprovação da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan. Após parecer favorável da Anvisa sobre a segurança e a eficácia do imunizante, o Ministério da Saúde iniciou os trâmites para integrá-lo ao calendário nacional de vacinação do SUS.
Vacina nacional de dose única
Produzida integralmente no país, a nova vacina será aplicada em dose única, característica que a diferencia das demais opções atualmente utilizadas no mundo. O imunizante utiliza vírus vivo atenuado, tecnologia consolidada em outras vacinas distribuídas no Brasil.
Eficácia e público autorizado
Os estudos clínicos demonstraram eficácia global de 74,4% em pessoas de 12 a 59 anos, indicando significativa redução da infecção entre os vacinados. A Anvisa autorizou o uso nessa faixa etária, mas o Instituto Butantan poderá solicitar ampliação do público após novas pesquisas. A expectativa é implementar o uso ampliado a partir de 2026.
Tecnologia e parceria internacional
A produção foi viabilizada por meio de uma cooperação entre o Ministério da Saúde e a empresa chinesa WuXi Vaccines. A iniciativa reforça a política nacional de inovação em imunobiológicos, baseada na transferência de tecnologia e no desenvolvimento conjunto de soluções estratégicas.
Proteção ampliada e impacto para o país
Com cobertura para os quatro sorotipos do vírus da dengue e aplicação em dose única, a vacina representa importante avanço científico e operacional, ampliando o potencial de controle da doença no território nacional.
Distribuição de vacinas e estratégias atuais
Atualmente, o Ministério da Saúde distribui vacinas importadas para aproximadamente 2,7 mil municípios. Mais de 7,4 milhões de doses já foram aplicadas em crianças e adolescentes prioritários. Para 2026 e 2027, está prevista a entrega de 9 milhões de doses por ano do imunizante atualmente utilizado, que exige duas aplicações entre jovens de 10 a 14 anos.
Percepção das famílias
Em Patos de Minas, a chegada da vacina motivou famílias a manter a imunização em dia. Entre elas, Dersuita Soares, que levou o filho de 13 anos para completar o esquema vacinal. Ela relata que sempre priorizou a vacinação dos filhos e que aguardava a disponibilização do imunizante para garantir a proteção contra a dengue.
Cenário epidemiológico atual
Mesmo diante da queda de 75% nos casos de dengue em 2025, o Ministério da Saúde reforça que a prevenção ao Aedes aegypti permanece essencial. Até outubro, o país registrou 1,6 milhão de casos prováveis, com maior concentração em São Paulo, seguido por Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Redução de óbitos
As mortes pela doença também apresentaram retração. O número registrado até outubro chegou a 1,6 mil, o que representa diminuição de 72% em relação ao mesmo período de 2024. A maior parte dos óbitos ocorreu em São Paulo, com participações menores de Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Fonte
Ministério da Saúde


