Em um universo onde a estética muitas vezes se perde em exageros e padronizações, a farmacêutica esteta Dra. Natália Palmero segue na direção oposta: a do respeito às características únicas de cada rosto. Reconhecida por seu trabalho focado em rostos arredondados e com papada, ela transformou uma antiga insegurança pessoal em um propósito profissional criar resultados naturais, que devolvam contorno e leveza sem apagar a identidade do paciente.
Criadora da técnica Natural Contour, Dra. Natália combina preenchimentos estratégicos, tratamentos para redução de gordura facial e protocolos de rejuvenescimento para alcançar harmonia duradoura. Mais do que um procedimento estético, ela enxerga a harmonização como uma ferramenta de autoconfiança, capaz de impactar não apenas a imagem, mas também a vida pessoal e profissional.
Nesta entrevista exclusiva, a especialista revela como construiu esse nicho diferenciado, quais são os mitos que precisam ser quebrados na harmonização facial e por que acredita que o futuro da estética está no equilíbrio entre ciência, técnica e sensibilidade.
Sua atuação é focada no embelezamento facial, especialmente em rostos arredondados e com papada. Como surgiu esse nicho específico dentro da harmonização e o que mais te atrai nele?
Foi, principalmente, uma questão de identificação. Sempre tive essa queixa pessoal em relação ao meu próprio rosto, por ser redondo e por me incomodar com as consequências desse biotipo. Vivi na pele o poder de transformação que a harmonização pode proporcionar na vida das pessoas e quis levar essa sensação e essa mudança para as minhas pacientes.
Você destacou que preza muito pela personalização e exclusividade nos tratamentos. Como garante que cada paciente mantenha sua identidade ao passar por um procedimento estético?
Entendendo profundamente as causas daquela queixa estética e tratando a raiz do problema. Assim, o procedimento não visa alterar estruturas faciais únicas e particulares de cada pessoa, mas sim melhorar o que está causando o incômodo que ela vê no espelho.
Existe um mito de que a harmonização facial “padroniza” os rostos. Como você trabalha para quebrar essa percepção?
Gosto de trazer a seguinte reflexão: ainda que sejamos todos seres humanos e tenhamos praticamente as mesmas estruturas faciais, somos muito diferentes fenotipicamente uns dos outros. Até mesmo irmãos gêmeos idênticos são diferentes. Portanto, ainda que existam similaridades nos traços, não criaremos um padrão se respeitarmos as proporções individuais, ao invés de buscarmos o que se entende como “beleza padrão” como a simetria, por exemplo, muitas vezes considerada uma característica desejável, quando na verdade é apenas uma proporção matemática. O “belo” depende muito mais de como algo nos faz sentir, e isso é profundamente individual.
Seu protocolo é voltado para melhorar contorno e promover emagrecimento facial. Quais técnicas ou combinações de procedimentos são essenciais para alcançar um resultado natural e duradouro?
Quando pensamos em um rosto pesado, com bochechas avantajadas, queixo duplo e formato arredondado, o principal objetivo é devolver os contornos. Para isso, utilizo minha técnica Natural Contour, que inclui principalmente preenchimento com ácido hialurônico em pontos estratégicos, associado a tratamentos que ajudam a reduzir as células de gordura e potencializar o contorno, como ultrassom microfocado e os chamados emptiers, ativos que diminuem a composição do tecido adiposo na região.
Você mencionou o desejo de criar uma ala pro bono para reconstrução facial e harmonização paramédica. Qual foi o momento ou experiência que despertou essa vontade?
Não houve um momento único. Quanto mais eu vivia a harmonização, mais entendia a beleza como uma ferramenta de autoconfiança e, consequentemente, de mudança de vida em todos os âmbitos pessoais e profissionais, como conquistar um novo emprego, fechar bons negócios, fazer mais amizades e ter melhores relacionamentos. Para alguém que passou por uma doença, acidente ou qualquer outra situação, essa ferramenta pode ser ainda mais transformadora. Quero tornar esse serviço acessível para o maior número de pessoas possível.
Em casos como fissura labiopalatina ou cicatrizes, quais são os desafios e cuidados especiais para realizar uma harmonização que seja funcional e estética ao mesmo tempo?
Pacientes com fissura labiopalatina ou cicatrizes apresentam algumas estruturas anatômicas diferentes da maioria da população naquela região, como alterações vasculares, o que exige atenção redobrada na técnica para evitar intercorrências. Além disso, é preciso tratar também as marcas e cicatrizes em conjunto. No âmbito social, são pessoas que buscam se reconhecer para além dessas marcas, por isso é importante vê-las como casos especiais, mas não limitantes na harmonização.
A harmonização facial vem evoluindo muito nos últimos anos. Quais mudanças técnicas ou tendências você considera mais relevantes para o futuro da área?
A tendência mundial e atemporal tem sido associar tratamentos de pele à harmonização. Cada vez mais, as pessoas buscam envelhecer mantendo a qualidade da pele, para um embelezamento natural. Além disso, acredito que o caminho é voltar aos princípios básicos da estética, respeitando as características anatômicas faciais. Quando isso é feito, a harmonização se torna tão sutil que não é possível identificar exatamente o que foi realizado.
Para quem tem insegurança com o formato do rosto ou deseja melhorar o contorno, qual é o primeiro passo antes de decidir por um procedimento?
Entender a causa daquela alteração estética. Pode ser, por exemplo, falta de projeção em estruturas como queixo e mandíbula; desabamento facial causado pelo envelhecimento; ou excesso de tecido gorduroso em regiões específicas. Só após essa avaliação é que se inicia o tratamento com a intervenção estética mais adequada para tratar a origem do incômodo.
Mais do que transformar rostos, Dra. Natália Palmero transforma histórias. Sua visão vai além da estética: é sobre resgatar autoestima, devolver confiança e mostrar que beleza de verdade é aquela que respeita a essência de cada um. Seja em seus protocolos exclusivos ou no sonho de oferecer harmonização paramédica a quem mais precisa, sua missão é clara usar a estética como ferramenta de empoderamento e bem-estar. E, para ela, cada paciente é único, cada resultado é singular e cada transformação é um capítulo novo de uma jornada que começa no espelho, mas se reflete em toda a vida.
Foto: @amandaparis.fotografia
