Ferramentas de inteligência artificial (IA) estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, automatizando tarefas, respondendo perguntas, escrevendo textos, organizando agendas e até sugerindo decisões. Se por um lado essa revolução tecnológica representa um ganho de tempo e produtividade, por outro, pesquisadores alertam para um efeito colateral preocupante: o uso excessivo da IA pode estar deixando nossos cérebros mais preguiçosos.
Estudos recentes publicados por universidades dos Estados Unidos, Europa e Ásia vêm investigando o impacto da IA na cognição humana. Um dos resultados mais relevantes mostra que, ao terceirizar funções como memória, raciocínio lógico e tomada de decisão para sistemas automatizados, o cérebro tende a “desligar” ou se esforçar menos um fenômeno conhecido como preguiça cognitiva.
“Quando usamos a inteligência artificial para resolver tarefas simples do cotidiano, corremos o risco de atrofiar habilidades importantes como pensamento crítico, criatividade e até a capacidade de resolver problemas complexos”, explica a neurocientista Dra. Carolina Naves. “Assim como um músculo que deixa de ser usado, o cérebro também pode perder eficiência se não for estimulado.”
O efeito é mais evidente entre os jovens, que já nasceram em um mundo digital e crescem com assistentes virtuais prontos para responder tudo em segundos. “É confortável, mas perigoso”, afirma a pesquisadora. “Estamos criando uma geração que sabe onde buscar a informação, mas que nem sempre sabe como processá-la, questioná-la ou aplicá-la com profundidade.”
Isso não significa que a IA deva ser evitada muito pelo contrário. A tecnologia tem grande potencial educativo e pode ser uma aliada no desenvolvimento humano. O ponto central está no uso consciente. Usar a IA como apoio, e não como substituição da própria capacidade de pensar.
Estímulos como leitura, escrita à mão, exercícios de lógica e momentos de reflexão longe das telas continuam sendo fundamentais para manter o cérebro ativo e saudável. A dica dos especialistas é clara: aproveite os recursos da inteligência artificial, mas sem abrir mão do esforço mental. Afinal, pensar ainda é e sempre será uma habilidade insubstituível.
