Com o aumento expressivo de casos de gripe em diversas regiões do país, médicos e especialistas em saúde pública voltam a recomendar o uso de máscaras como medida de proteção individual e coletiva. A recomendação não tem o objetivo de causar alarme, mas de prevenir a sobrecarga do sistema de saúde e reduzir a transmissão de vírus respiratórios, especialmente em ambientes fechados e de grande circulação.
Segundo o infectologista Dr. Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, o cenário atual exige atenção. “Estamos vendo um aumento significativo nos atendimentos por síndromes gripais, principalmente causadas pelo vírus influenza. Em momentos assim, o uso da máscara se torna uma ferramenta simples e eficaz para proteger a si mesmo e aos outros, principalmente os mais vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas”, afirma o especialista.
O avanço da gripe tem sido sentido em todo o Brasil, com filas em unidades de pronto atendimento, aumento da procura por medicamentos e registros crescentes de internações por complicações respiratórias. Em muitos estados, os hospitais já observam um cenário semelhante ao de anos anteriores, quando a combinação de covid-19, influenza e vírus sincicial respiratório (VSR) gerou pressão sobre os serviços médicos.
Para os especialistas, a principal preocupação está na falsa sensação de segurança da população, que, após a pandemia da covid-19, deixou de adotar medidas básicas de prevenção, como higienização das mãos, etiqueta respiratória e o próprio uso da máscara. “O hábito de usar máscara em locais fechados, transportes públicos ou quando se está com sintomas gripais deveria ter se mantido como parte da nossa cultura de cuidado”, reforça Weissmann.
Além do uso de máscaras, as autoridades de saúde recomendam a atualização da vacinação contra a gripe, disponível gratuitamente pelo SUS, especialmente para os grupos prioritários. A vacina não impede totalmente a infecção, mas reduz drasticamente os riscos de complicações graves.
A orientação, portanto, é clara: em meio ao avanço dos casos de gripe, vale redobrar os cuidados. O uso da máscara, mais do que um símbolo de tempos difíceis, continua sendo um gesto de responsabilidade e proteção mútua.
