O Brasil registrou um crescimento expressivo na procura por clínicas especializadas em medicina do sono nos últimos dois anos. Os especialistas atribuem o fenômeno ao aumento do estresse crônico, da ansiedade e ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, que têm impactado diretamente a qualidade do descanso noturno.
Segundo dados da Associação Brasileira do Sono, cerca de 73% dos brasileiros relatam dificuldades para dormir ao menos três vezes por semana. Entre os problemas mais comuns estão insônia, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e distúrbios relacionados ao ritmo circadiano.
O neurologista Dr. André Furlan, referência em distúrbios do sono, explica que o padrão de hiperconectividade atual cria um ciclo prejudicial ao organismo. “A luz artificial estimula o cérebro a permanecer em alerta, reduzindo a produção de melatonina. O corpo simplesmente não entende que está na hora de descansar”, comenta.
A pneumologista Dra. Renata Cardoso, especialista em apneia, ressalta que o diagnóstico precoce é decisivo. “Identificar o distúrbio certo muda completamente o rumo do tratamento. Muitas pessoas vivem sonolentas e irritadas sem perceber que o problema é fisiológico, não emocional”, afirma.


