Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha revelou um dado surpreendente: 16 milhões de brasileiros acreditam que a Terra é plana. O levantamento mostra que, mesmo em pleno século XXI, com o avanço da ciência e da tecnologia, ainda existe uma parcela significativa da população que rejeita o consenso científico sobre a forma esférica do planeta.
Segundo o estudo, essa visão está mais presente entre pessoas com menor escolaridade e acesso restrito a informações de qualidade. Ainda assim, o fenômeno também aparece em grupos variados, impulsionado principalmente pela disseminação de conteúdos nas redes sociais.
Para o físico e divulgador científico Marcelo Gleiser, professor da Dartmouth College, a persistência dessa crença é um alerta: “A Terra plana não é apenas uma curiosidade, mas um sintoma de como a desinformação pode se espalhar e ganhar força em um ambiente de alta conectividade. Precisamos reforçar a educação científica para que as pessoas consigam diferenciar fatos de teorias sem fundamento”.
O levantamento do Datafolha também indica que, apesar desse número expressivo, a esmagadora maioria dos brasileiros reconhece a forma esférica da Terra. No entanto, o crescimento de teorias alternativas levanta preocupações sobre o impacto da desinformação no futuro, especialmente entre jovens que passam mais tempo em ambientes digitais.
A pesquisa reforça a importância do acesso à ciência e ao pensamento crítico, sobretudo em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde a educação tem papel essencial para combater crenças infundadas.


