A história da Dra. Marina Azevedo é marcada por resiliência, dedicação e propósito. Desde o vestibular até se consolidar como referência em dermatologia estética e clínica, sua trajetória foi construída entre altos e baixos, em meio a desafios que não apenas moldaram sua carreira, mas também fortaleceram sua visão de mundo. Mais do que reconhecimento e conquistas profissionais, Marina se destaca pela forma como alia a medicina ao impacto social, acreditando que cuidar da pele é também cuidar da autoestima e da saúde emocional.
Esse olhar humano a levou a idealizar o Projeto Cicatrizes, uma iniciativa voltada para pacientes oncológicos que enfrentam, além das marcas físicas, lembranças dolorosas em sua jornada de tratamento. O projeto nasce como um ato de empatia e também como resposta a um momento pessoal de dor, transformando sua vivência em inspiração para ajudar outros a ressignificar suas próprias histórias.
Atuando no Tocantins e no Pará, ela também carrega em sua prática clínica a sensibilidade de compreender diferentes contextos e perfis de pacientes, mostrando que a dermatologia vai muito além da estética: é também ferramenta de acolhimento, reconstrução e confiança. Nesta entrevista, Dra. Marina abre o coração sobre sua trajetória, fala dos desafios de empreender em um mercado competitivo e revela os próximos passos de sua carreira e do Projeto Cicatrizes.
Dra. Marina, olhando para trás, o que mais marcou na sua trajetória desde o vestibular até se tornar referência na dermatologia estética e clínica?
Minha trajetória foi feita de altos e baixos, acredito que como a de todo mundo. Os momentos mais desafiadores foram justamente os que me moldaram e me tornaram mais resiliente. Hoje, o que considero mais marcante é ter conseguido conquistar relevância em um mercado tão competitivo, cercado de profissionais incríveis.
Como surgiu o interesse em unir a dermatologia à área social, criando projetos que impactam diretamente na autoestima das pessoas?
Eu costumo brincar que ganhar dinheiro e ter reconhecimento é muito bom e eu gosto disso. Mas também tenho uma preocupação com o legado que vou deixar. Para mim, os projetos sociais são uma forma de retribuir a Deus tudo de bom que tenho na vida, transformando essa gratidão em impacto para outras pessoas.
O Projeto Cicatrizes já nasceu com uma grande missão. Como foi o início dessa iniciativa e quais foram os maiores desafios para tirá-lo do papel?
O projeto ainda está no início, e esta é a primeira vez que falo dele publicamente. Guardamos essa ideia a sete chaves. O maior desafio foi convencer parceiros a embarcarem de cabeça comigo nessa missão.

Emocionalmente, como é para você acompanhar a transformação de um paciente oncológico após tratar uma cicatriz que carregava não apenas marcas físicas, mas também lembranças dolorosas?
A ideia desse projeto surgiu em um momento muito delicado para mim, quando eu estava em depressão após a perda do meu pai. Sentia que precisava fazer algo para ressignificar a dor. Ver pacientes que lutaram contra o câncer e seguem batalhando pela vida me inspira e me encoraja. De certa forma, ao ajudá-los a ressignificar suas cicatrizes, eu também ressignifico a minha própria dor.
Você acredita que a dermatologia estética vai além da beleza e tem um papel importante na saúde emocional e psicológica dos pacientes?
Com certeza. Os cuidados com a beleza vêm de dentro para fora. A transformação estética não acontece apenas no exterior, ela reflete também na autoestima, no emocional e no psicológico do paciente.
Quais são os principais aprendizados que você carrega dos projetos sociais anteriores e que hoje aplicou no Projeto Cicatrizes?
Tanto neste quanto em outros projetos que já participei, eu enxergo a Marina ser humano e não apenas a médica. É um momento em que pratico a empatia e me coloco no lugar do outro. É uma experiência transformadora, que acredito que todos deveriam viver em algum momento da vida.

Atuando no Tocantins e também no Pará, quais diferenças você observa no perfil dos pacientes e nas demandas da dermatologia em cada região?
As demandas são muito semelhantes, já que o clima é parecido e a cultura também. Os cuidados e as necessidades dos pacientes acabam se aproximando bastante.
Quais são os próximos passos da sua carreira e do Projeto Cicatrizes? Você já pensa em expandir a iniciativa para alcançar mais pessoas em outros estados?
No momento, meu foco está totalmente voltado para a minha carreira. Como o Projeto Cicatrizes ainda está em fase inicial, nosso objetivo agora é estruturá-lo bem antes de pensar em expansão. Mas não descarto essa possibilidade para o futuro.

A trajetória da Dra. Marina Azevedo mostra que a dermatologia pode ir muito além da estética: é também um instrumento de acolhimento, transformação e esperança. Entre desafios pessoais e profissionais, ela encontrou na medicina uma forma de ressignificar dores e devolver autoestima a quem mais precisa. Com o Projeto Cicatrizes, reforça seu compromisso de unir ciência, empatia e propósito, deixando claro que sua missão vai além dos consultórios é sobre tocar vidas e construir um legado de cuidado e humanidade.
Foto: Higor Lima


