Um novo estudo publicado por pesquisadores de metabolismo e saúde hormonal reacendeu o debate sobre como a distribuição de gordura no corpo pode influenciar o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Entre os achados, os cientistas observaram que o formato do bumbum e dos quadris pode servir como indicador indireto de como o organismo armazena gordura e reage à resistência à insulina.
Segundo a endocrinologista Dra. Beatriz Cunha, especialista em obesidade e metabolismo, o formato corporal não causa diabetes, mas pode refletir tendências metabólicas importantes:
“Pessoas que acumulam mais gordura na região abdominal têm maior predisposição à resistência à insulina. Já quem concentra gordura nos quadris e glúteos tende a ter proteção metabólica maior.”
O estudo analisou mais de 6 mil voluntários e identificou que indivíduos com formato corporal predominantemente central conhecido como ‘maçã’ apresentaram maior risco de alterações na glicemia. Já aqueles com acúmulo preferencial na parte inferior do corpo formato mais “pera” mostraram menor chance de desenvolver diabetes.
A pesquisadora Dra. Ana Paula Viggiano, coautora do levantamento, explica que a gordura glútea e dos quadris costuma ser metabolicamente mais estável:
“Esse tipo de tecido adiposo libera menos substâncias inflamatórias e mantém melhor sensibilidade à insulina. Por isso, o padrão de acúmulo diz muito sobre o funcionamento interno do organismo.”
Apesar disso, especialistas reforçam que nenhum formato corporal determina sozinho o destino metabólico de uma pessoa. Hábitos alimentares, atividade física, genética, qualidade do sono e estresse têm impacto igual ou até maior na evolução do diabetes.
O estudo reforça a importância de avaliações personalizadas e da observação do corpo como um conjunto de sinais.
“O formato corporal pode ser uma pista, mas não substitui exames e acompanhamento médico,” conclui a endocrinologista.
