No auge do calor, é comum encontrar melancias e melões cortados e embalados em bandejas nos supermercados e feiras. Apesar da praticidade, especialistas em segurança alimentar alertam que esse hábito pode representar um risco real à saúde. A superfície exposta das frutas facilita a proliferação de bactérias e fungos, especialmente quando o armazenamento e a refrigeração não são feitos da forma correta.
Segundo a nutricionista e pesquisadora em microbiologia de alimentos Dra. Carla Moreira, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o problema começa no momento do corte: “A casca dessas frutas pode conter micro-organismos patogênicos, e ao cortá-las sem higienização adequada, o interior que antes era estéril é contaminado. Se não forem mantidas sob refrigeração constante, essas bactérias se multiplicam rapidamente.” Entre as doenças associadas ao consumo de frutas cortadas e mal armazenadas estão salmonelose, listeriose e infecções intestinais agudas, que podem causar febre, diarreia e vômitos intensos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que frutas como melancia e melão sejam cortadas apenas no momento do consumo e conservadas sob refrigeração entre 1°C e 5°C. Produtos vendidos já cortados devem estar armazenados em balcões refrigerados e dentro do prazo de validade. Se estiverem expostos à temperatura ambiente, o ideal é não comprar.
O consumidor também deve observar a aparência e o odor: qualquer sinal de umidade excessiva, bordas amolecidas ou cheiro azedo indica deterioração. “A fruta é um alimento vivo. Uma vez cortada, o processo de contaminação é inevitável se não houver controle de temperatura. A recomendação é sempre optar pela fruta inteira e cortá-la em casa, com utensílios limpos”, reforça a especialista.
Essa orientação simples pode evitar infecções e garantir que o consumo de frutas continue sendo sinônimo de saúde e não de risco.


