Nos últimos anos, a harmonização facial deixou de ser vista como um modismo passageiro e passou a ocupar um espaço de destaque dentro da medicina estética. O que antes era cercado de polêmicas e exageros, hoje é reconhecido como uma especialidade técnica em expansão, sustentada por avanços científicos, inovações tecnológicas e profissionais cada vez mais qualificados. Técnicas modernas, diagnósticos digitais e produtos de última geração possibilitam resultados mais previsíveis, naturais e seguros, transformando a harmonização em um verdadeiro investimento em autoestima e bem-estar.
À frente desse movimento de valorização da beleza com equilíbrio, a Dra. Juliene Frighetto se tornou referência ao defender que a estética deve respeitar a identidade única de cada rosto. Para ela, harmonizar não significa mudar ou padronizar, mas realçar o que já existe de belo em cada pessoa, equilibrando proporções de forma sutil e elegante. Seu trabalho une ciência, ética e sensibilidade, mostrando que menos pode ser mais quando o objetivo é revelar uma versão autêntica e confiante de si mesmo.
Nesta entrevista, a especialista fala sobre os avanços que revolucionaram a harmonização facial nos últimos anos, explica como diferenciar procedimentos seguros de práticas improvisadas, destaca a importância da ética profissional e revela sua filosofia de trabalho, na qual técnica e naturalidade caminham lado a lado para criar resultados duradouros e harmoniosos.
Nos últimos anos, a harmonização facial deixou de ser vista como um modismo e passou a ser reconhecida como uma especialidade técnica em expansão. Na sua visão, quais fatores mais contribuíram para essa evolução?
A mudança de percepção veio, principalmente, da evolução das técnicas e da qualificação dos profissionais. Hoje, entendemos que harmonizar o rosto não é “mudar” a pessoa, mas sim valorizar seus traços de forma natural e equilibrada. A busca por bem-estar e autoestima cresceu muito, e as pessoas passaram a enxergar a harmonização facial como um investimento em si mesmas. Além disso, o avanço da tecnologia e dos produtos utilizados aumentou a previsibilidade e a segurança dos procedimentos, fazendo com que essa área deixasse de ser associada a exageros e passasse a representar um cuidado refinado com a beleza.
Quais são os principais avanços técnicos que a harmonização facial incorporou recentemente e que garantem mais segurança e naturalidade nos resultados?
Nos últimos anos, a harmonização facial se beneficiou de inovações que vão muito além das técnicas manuais. Hoje contamos com tecnologias que auxiliam no diagnóstico, planejamento e execução dos procedimentos, como o mapeamento facial digital, que permite simular e prever resultados antes da aplicação, e o uso do ultrassom facial, que identifica estruturas anatômicas e garante mais precisão e segurança.
Além disso, surgiram novos bioestimuladores e preenchedores de última geração, capazes de atuar não só no preenchimento, mas também no estímulo de colágeno e na melhoria da qualidade da pele, prolongando o efeito rejuvenescedor. Essa combinação de ciência, tecnologia e técnica permite alcançar resultados cada vez mais naturais, duradouros e personalizados para cada paciente.

Em um mercado que cresce tão rápido, como diferenciar um procedimento seguro, realizado por um profissional qualificado, de um trabalho improvisado ou mal-executado?
A primeira dica é sempre buscar referências sobre o profissional: formação acadêmica, especializações e experiência comprovada na área. Procedimentos seguros são realizados em clínicas devidamente registradas, com produtos originais e certificados pela Anvisa. Além disso, um bom profissional vai ouvir o paciente, explicar todas as etapas, apresentar possíveis riscos e nunca prometer resultados irreais. O improviso geralmente se revela na falta de planejamento, na ausência de um diagnóstico facial completo e no uso de técnicas padronizadas para todos, sem personalização.
A Dra costuma afirmar que “a beleza harmônica não precisa transformar o rosto, ela revela o que há de melhor”. Como esse conceito se traduz na prática clínica?
Na prática, isso significa respeitar a identidade facial de cada paciente. Não existe um “molde” de beleza que sirva para todos. Meu objetivo é realçar o que já é bonito, equilibrar proporções e suavizar pontos que incomodam, sem descaracterizar o rosto. A harmonização bem feita não chama atenção para o procedimento em si, ela chama atenção para o olhar mais vivo, o sorriso mais confiante e a expressão mais descansada.

Até que ponto é possível conciliar as expectativas estéticas do paciente com a preservação da anatomia, idade e identidade facial?
É totalmente possível, desde que haja diálogo claro e honesto. Nem sempre o que o paciente imagina é o que vai trazer o melhor resultado para ele. Explico de forma didática quais mudanças são viáveis e quais podem comprometer a harmonia ou a naturalidade. A preservação da anatomia e da identidade é fundamental para que o resultado seja duradouro, bonito e saudável.
Quais cuidados éticos e técnicos devem nortear a atuação de um profissional que trabalha com harmonização facial?
Ética, segurança e atualização constante são pilares inegociáveis. O profissional deve:
• Atuar dentro dos limites de sua formação e habilitação legal.
• Utilizar apenas produtos regulamentados e de procedência garantida.
• Seguir protocolos de biossegurança rigorosos.
• Respeitar o desejo do paciente, mas também saber dizer “não” quando uma intervenção não for segura ou adequada.
• Manter-se em constante aprimoramento técnico e científico.
Como a falta de regulamentação ou fiscalização adequada pode impactar a segurança dos procedimentos e a reputação da área?
A ausência de fiscalização abre espaço para práticas irregulares, uso de produtos falsificados e aplicação por pessoas não habilitadas, o que aumenta drasticamente o risco de complicações graves. Isso não só prejudica pacientes, mas também mancha a reputação de uma área que, quando bem executada, é segura e transformadora. É essencial que haja fiscalização efetiva para proteger o paciente e valorizar os profissionais qualificados.

O que a Juliene Frighetto recomenda para pacientes que desejam realizar a harmonização facial, mas têm receio de resultados artificiais ou excessivos?
Minha recomendação é: escolha um profissional que compartilhe da mesma filosofia de beleza natural que você. Peça para ver antes e depois de casos reais, converse sobre seus medos e expectativas, e priorize sempre o bom senso. A harmonização facial bem conduzida não deve “denunciar” que você fez um procedimento, ela deve apenas fazer com que as pessoas notem que você está mais bonita, descansada e confiante. Menos é mais quando falamos de resultados elegantes e duradouros.

Encerrando a conversa, fica evidente que a harmonização facial, quando conduzida com técnica, ética e sensibilidade, vai muito além da estética. O trabalho da Dra. Juliene Frighetto mostra que cada procedimento pode ser uma ferramenta de valorização pessoal, resgate da autoestima e de confiança. Em um cenário onde os excessos ainda chamam atenção, sua atuação reforça que o verdadeiro futuro da área está no equilíbrio: respeitar a anatomia, preservar a identidade e revelar o que cada paciente tem de único.
Mais do que transformar rostos, a especialista transforma olhares e histórias e prova que a beleza mais duradoura é aquela que nasce da naturalidade.
Foto: Alana Ceccon


