Pesquisadores divulgaram recentemente o Delphi-2M, um modelo de inteligência artificial (IA) capaz de estimar a progressão de mais de mil doenças com até 20 anos de antecedência, com desempenho superior a métodos tradicionais.
Treinado com dados de populações do Reino Unido e Dinamarca, o sistema promete antecipar riscos cardiovasculares, neurodegenerativos, câncer, doenças metabólicas e outras condições crônicas, apoiando médicos e gestores em intervenções mais precoces.
Apesar do potencial, os autores reconhecem desafios: vieses nos dados originais, privacidade dos pacientes e a necessidade de validação em populações diversificadas como a brasileira.
Para a médica proponente do uso de IA na saúde preventiva, Dra. Marina Santos, essa tecnologia ainda não substitui o atendimento humano, mas reforça a tomada de decisão:
“Se soubermos que alguém tem risco elevado para uma doença daqui a uma década, poderemos intervir hoje com alimentação, atividade física, monitoramento e reduzir muito o impacto futuro.”
O setor de saúde no Brasil observa com atenção: a aplicação prática dependerá de adaptações regulatórias, infraestrutura de dados confiáveis e integração com sistemas públicos e privados.


