A relação entre qualidade do sono e saúde metabólica ganhou um novo capítulo com a publicação de um estudo da Universidade de Helsinque que apontou que acordar várias vezes ao longo da noite pode elevar em até 32% o risco de desenvolver resistência à insulina. O dado acende um alerta para um problema comum entre brasileiros: noites mal dormidas, muitas vezes normalizadas na rotina moderna.
Segundo a médica neurologista Dra. Andrea Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono, o impacto dos microdespertares é frequentemente subestimado. “A pessoa acha que dormiu oito horas, mas, se o sono foi fragmentado, o corpo não completa ciclos essenciais de restauração metabólica”, explica.
O endocrinologista Dr. Filippo Pedrinola reforça que a privação de sono afeta diretamente hormônios ligados ao apetite e ao armazenamento de gordura. “Um sono ruim mexe com leptina, grelina, cortisol. É um gatilho metabólico perigoso”, afirma.
Os especialistas defendem que políticas de saúde voltadas à higiene do sono sejam prioridade. Entre as recomendações estão evitar telas à noite, manter horários regulares e avaliar possíveis distúrbios, como apneia.


