Uma pesquisa recente revela um cenário preocupante para as próximas gerações: jovens de hoje têm cada vez menos chances de conquistar a casa própria, adquirir um carro ou acumular patrimônio ao longo da vida. Os dados apontam para uma mudança significativa nas expectativas e na realidade financeira dos nascidos a partir dos anos 2000.
Entre os principais fatores estão a alta no custo de vida, salários desatualizados frente à inflação, precarização do mercado de trabalho e o encarecimento de bens duráveis, como imóveis e veículos. O estudo mostra que, mesmo com maior acesso à educação e à tecnologia, os jovens enfrentam mais obstáculos econômicos do que seus pais ou avós.
Segundo os pesquisadores, esse grupo tende a priorizar mobilidade urbana, flexibilidade profissional e experiências de vida, não por escolha ideológica, mas por necessidade. A aquisição de bens duráveis passou a ser vista como um luxo distante para muitos, que optam pelo aluguel, transporte por aplicativo e empregos temporários como forma de adaptação à nova realidade.
Além disso, o acúmulo de patrimônio, como investimentos ou aposentadoria sólida, também se torna cada vez mais difícil. Com menos estabilidade no trabalho e alto endividamento estudantil em alguns países, muitos jovens entram na vida adulta já com compromissos financeiros pesados.
Especialistas alertam que, sem políticas públicas de incentivo à habitação e ao emprego estável, a desigualdade entre gerações tende a se aprofundar. A chamada “geração sem bens” pode se tornar a norma, marcando um ponto de virada nas estruturas econômicas e sociais conhecidas até hoje.
A pesquisa reforça a necessidade de uma reflexão coletiva: que tipo de futuro está sendo construído, e como garantir que as próximas gerações tenham mais do que apenas acesso à informação mas também oportunidade real de prosperar?
