Consumido por quem busca reduzir calorias ou manter a forma, o refrigerante zero pode estar fazendo o efeito oposto ao prometido. De acordo com um estudo recente publicado na revista Cell Metabolism, mesmo sem conter açúcar ou calorias, a bebida pode influenciar negativamente o metabolismo, aumentar a sensação de fome e contribuir para o ganho de peso em alguns casos, até dobrando a tendência ao acúmulo de gordura corporal.
Os pesquisadores identificaram que adoçantes artificiais como sucralose e aspartame, comuns nas versões “zero” de refrigerantes, interferem diretamente na comunicação entre o cérebro, os hormônios e o intestino. Um dos efeitos mais preocupantes é a desregulação da grelina e da leptina, hormônios responsáveis por controlar a fome e a saciedade. O resultado? Mesmo sem consumir calorias diretamente, o corpo passa a “pedir” mais comida ao longo do dia.
“O grande engano está em acreditar que por não ter açúcar, o refrigerante zero é inofensivo. Mas essas substâncias enganam o cérebro, alteram a percepção do sabor doce e desregulam os mecanismos naturais de controle do apetite”, explica a endocrinologista Dra. Lívia Brandão, especializada em metabolismo e nutrição clínica.
Além disso, os adoçantes podem prejudicar a microbiota intestinal, conjunto de bactérias benéficas que têm papel fundamental no equilíbrio do organismo. Um desequilíbrio nessa flora pode afetar não apenas a digestão, mas também o controle glicêmico, o humor e a resposta inflamatória do corpo fatores que, combinados, favorecem o ganho de peso.
O estudo ainda observou que pessoas que consumiam refrigerantes zero regularmente tinham maiores chances de apresentar resistência à insulina e aumento da circunferência abdominal, mesmo mantendo o mesmo número de calorias diárias em relação ao grupo que não consumia o produto.
Para quem busca emagrecer ou manter a saúde em dia, os especialistas recomendam substituir o refrigerante seja comum ou zero por bebidas mais naturais, como água com gás com limão, chás gelados sem açúcar ou infusões com frutas. A chave está na moderação e na consciência alimentar.
A promessa de “zero calorias” pode ser tentadora, mas os impactos silenciosos no organismo mostram que, quando o assunto é saúde, nem tudo que parece leve realmente é.


