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Vacina Contra o HIV Poderia Custar R$ 70 por Dose, Mas Farmacêutica Cobra Cerca de R$ 77 Mil nos EUA, Revela Estudo

Red ribbon and syringe with white background. Hiv Aids ribbon awareness

Especialistas questionam acessibilidade e ética na precificação de novos imunizantes experimentais

Um novo estudo divulgado por pesquisadores em saúde pública e economia farmacêutica levantou um intenso debate sobre o acesso à saúde: a vacina experimental contra o HIV, desenvolvida por uma farmacêutica americana, poderia custar cerca de R$ 70 por dose, segundo estimativas baseadas em custos reais de produção. No entanto, o valor cobrado nos Estados Unidos ultrapassa os US$ 14 mil por aplicação cerca de R$ 77 mil na cotação atual.

A pesquisa, publicada por especialistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, analisou os custos médios de desenvolvimento, testes clínicos, fabricação e logística. Segundo os dados, uma vacina baseada em tecnologia mRNA, similar à utilizada na prevenção da Covid-19, não justificaria valores tão altos, especialmente em países de baixa e média renda que enfrentam altos índices de infecção pelo HIV.

“É uma questão de saúde global. Uma vacina como essa precisa ser acessível para surtir efeito na prevenção em larga escala”, disse o pesquisador e economista de saúde Dr. Reshma Ramachandran, um dos autores do estudo.

A precificação foi comparada à prática adotada por algumas farmacêuticas durante a pandemia de Covid-19, quando a lógica de mercado muitas vezes se sobrepôs à necessidade urgente de imunização da população mundial.

Acesso desigual e críticas à indústria

Ativistas e organizações de combate à AIDS, como a UNAIDS, expressaram preocupação com os rumos do acesso à vacina caso ela seja aprovada e comercializada em larga escala. O receio é que a precificação impeça a distribuição nos países que mais precisam da imunização.

A farmacêutica responsável pelo imunizante, que ainda está em fase de testes clínicos avançados, não comentou diretamente o estudo, mas afirmou em nota que “os custos refletem anos de pesquisa, inovação e risco financeiro”.

Especialistas apontam que esse argumento, embora comum na indústria farmacêutica, não deve impedir que medicamentos e vacinas vitais sejam tratados como bens públicos, e não como luxos.

Um passo científico, um desafio ético

Apesar da controvérsia, o avanço na criação de uma vacina eficaz contra o HIV representa uma conquista histórica. O vírus, que há décadas desafia a medicina, pode finalmente encontrar uma nova forma de prevenção além da PrEP e do uso de preservativos.

Mas a pergunta que fica é: a cura e a prevenção estarão ao alcance de todos ou apenas de quem pode pagar?

 

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